Edmundo Desnoes está no 3º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo para lançar o livro Memórias do Subdesenvolvimento, que gerou o longa-metragem clássico homônimo, dirigido por Tomás Gutiérrez Alea, para participar de mesa redonda em torno dos 40 anos do filme e para apresentar uma sessão do mesmo – tudo nesta sexta-feira, 11 de julho, no Memorial da América Latina (debate às 15h00, lançamento do livro às 19h30 e sessão às 20h30).
Ontem o caderno Ilustrada, da Folha de S. Paulo, dedicou matéria de capa ao escritor, asinada por Sylvia Colombo, que pode ser acessada no website do jornal (exclusivo para assinantes) ou no blog Depósito do Maia. Lembro que Vincent Canby (notório crítico de cinema do New York Times) elogiava a postura de Desnoes quando este afirmava que uma adptação cinematográfica de uma obra literária deveria traí-la. Canby gostava do longa de Alea, mas não conhecia o livro, conforme confessou em artigo publicado em 1972.
Desnoes (esq) e Merten / foto Tuca Vieira
Ainda ontem, o crítico Luiz Carlos Merten encontrou-se à tarde com Desnoes e saiu encantado com o fato do escritor manter seu idealismo e utopias, mas com os pés no chão e, assim, ter uma postura e uma visão do mundo contemporânea muito serena e pragmática (o Merten não usou estas palavras, eu que ia completando suas frases ditas com algumas interpretações minhas).
Com tudo isso, aumenta a vontade de ouvir pessoalmente o escritor, que escreveu uma sequência para o famoso livro. A nova obra, intitulada Memórias do Desenvolvimento (claro!), já está sendo adaptada para o cinema (claro!-2) .
A direção é do jovem cineasta (31 anos) cubano Miguel Coyula, que reconhece estar realizando um filme “estilizado até o sumo” e, portanto, muito diferente do de Alea, conforme entrevista ao blog Cine Cubano.
Abaixo, um trailer do filme Memórias do Desenvolvimento.
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