Selma Egrei foi uma escolha incrível para o filme. Quando a leitura do roteiro poderia descambar numa MaRuth meio bruxa, uma coisa meio pesadona, ela a transformou numa personagem totalmente diferente.
Chegamos na Selma quando a produtora executiva, Lili Bandeira, e eu fomos a uma peça para ver uma atriz jovem. E no elenco também estava a Selma Egrei. Ficamos impressionados de ver a Selma, porque ela era uma atriz muito ativa no cinema paulista nos anos 70 e começo dos anos 90. Era uma das musas do Walter Hugo Kouri, que era cineasta de uns filmes muito psicológicos, muito densos, além de muito urbanos, paulistas. Depois dessa época, deixei de ver seu trabalho.
Quando chegamos a peça, foi uma surpresa revê-la e ficamos impressionados com o talento dela, que continuava, mas principalmente com a altivez com que ela tinha passado essas décadas que a gente tinha ficado sem vê-la. Ela passava a impressão de uma senhora muito centrada, muito segura. Saímos da peça pensando que ela poderia ser a MaRuth, e se isso acontecesse o personagem ia ganhar muito, porque ela estaria muito distante de qualquer coisa que lembrasse uma bruxa. A Selma é uma mulher muito bonita, de uma certa idade, com porte, elegância, segurança e espiritualidade fortes. Contribuiu para criar uma personagem interessante, bonita e sedutora.
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